A história dos videogames - Parte 1

Confere aí!

26/02/2015 Última edição em 26/02/2015 às 00:00:00

As mudanças ocorrem de uma forma muito rápida, mas da última vez que me lembro de ter acompanhado as notícias, estávamos na geração dos gráficos 3D com ênfase na qualidade da imagem, onde realismo pareceu ter virado sinônimo de jogo bom. Caso isso já tenha mudado, então pode ser que eu esteja um pouco desatualizado, nesse caso, me avise, por favor.

Vejo a geração de games atual e ainda não sei o que falar, pois tudo aconteceu tão rápido, quero dizer, um dia eu estava jogando The Legend of Zelda: Ocarina of Time no meu Nintendo 64 e, no outro, vendo um cara cinza com o rosto pintado de vermelho gritando, arrancando membros de outros personagens e realizando movimentos que até então eu nunca tinha visto em um jogo de ação. É surpreendente o rumo que os videogames tomaram em tão pouco tempo, passando de uma tela preta com alguns elementos em branco se movimentando a um encanador em um mundo vasto e colorido pulando e destruindo blocos no cenário, até simuladores de carros e aeronaves que chegam a ser idênticos aos da vida real.

Segundo a História, tudo o que existe no presente é resultado do que aconteceu no passado, e com os games não poderia ser diferente. Resident Evil, Prince of Persia, Metal Gear, Zelda, dentre tantos outros, passaram por uma evolução ao longo dos anos para assumirem a forma que conhecemos hoje, com gráficos incríveis, qualidade sonora, efeitos de cinema e controles ricos em interatividade. Mas como as coisas chegaram a esse ponto? Vamos viajar um pouco no tempo e ver como aconteceu essa evolução dos videogames, tornando possível o cenário que conhecemos hoje. Está preparado(a)? Vamos lá!


Asteroids (1979)

Há muita controvérsia quando se fala em quem criou o primeiro videogame, uma história que por si só poderia render uma boa discussão. Ao invés de entrar neste tópico, vamos ver quais foram alguns dos pioneiros que começaram a desenvolver jogos e mostrá-los ao mundo.

Nos Estados Unidos, durante a década de 1970 - época do grande Led - um cara chamado Nolan Bushnell contratou o engenheiro Al Alcorn para que eles projetassem uma máquina onde seria possível controlar duas raquetes por meio de botões, uma em cada extremidade da tela, simulando uma partida de tênis de mesa. Assim nascia o Pong, o primeiro game da Atari, a empresa que deu origem à indústria de videogame. Embora o Pong tenha feito bastante sucesso como um produto inovador, anos antes da fundação da Atari, um homem chamado Ralph Baer já desenvolvia jogos, inclusive havia um quase idêntico ao Pong. Ele havia projetado um aparelho com botões que chamou de Caixa Marrom, reconhecido como o primeiro console caseiro de videogame. Mais tarde, a Caixa Marrom evoluiu para o videogame Odissey, passando a ser vendido pela Magnavox, trazendo os games de Baer, que chegou a construir alguns acessórios, como uma pistola de luz para atirar nos jogos, estando bem à frente do seu tempo. Steve Russel, um programador do MIT, tinha acabado de ler uma série de histórias em quadrinho sobre naves espaciais, que o influenciou para construir um jogo de aeronave (Spacewar), onde alguns objetos podiam ser destruídos na tela, uma função que ainda não havia sido utilizada nos jogos. Ele e outras pessoas também se tornaram conhecidas por terem criado o primeiro joystick.

Os games surgiram durante a época da Guerra Fria, um evento histórico que marcou a disputa entre os EUA e a antiga União Soviética, pela luta do capitalismo e socialismo. Um confronto armado não chegou a acontecer de verdade, mas as pessoas ficaram preocupadas com todo aquele clima de uma possível guerra vir a acontecer entre as duas nações. Os militares foram os que fizeram pesquisa e investimento em tecnologia com computadores naquela época, possibilitando um ambiente propício para o desenvolvimento dos games. As forças armadas e os videogames estão juntos desde o início.    


Pacman (1980)

Por muito tempo, a Atari dominou o cenário do mercado de jogos, produzindo e distribuindo títulos que agradaram a toda uma geração de jogadores e que superavam a concorrência, como Asteroids, Radar Scape, Battle Zone, Lunar Lander e muitos outros. Com o tempo, eles fabricaram um console com um sistema inovador de cartuchos VCS (Video Computer System), os quais os pais podiam comprar para os seus filhos jogarem em casa, não sendo necessário que eles passassem o dia todo nos fliperamas, que eram vistos pelos adultos como centros de incentivo à vagabundagem.   

A Atari havia comprado os direitos da versão caseira do famoso Space Invaders, lançado pela Taito, que virou sensação nos fliperamas japoneses, chegando a causar uma escassez de moeda de 100 ienes no país. Com isso, ela pôde distribuí-lo nos seus cartuchos VCS, fazendo o jogo virar uma febre entre os jovens. Outro jogo de sucesso foi Pacman, lançado em 1980, tendo como público alvo garotas e casais, desenvolvido por Toru Iwatani, após ter trabalhado como designer da Namco. Pacmam foi o primeiro jogo a introduzir um protagonista.

Nolan Bushnell vendeu a empresa após receber a oferta generosa de 28 milhões de dólares da Warner, que, tempos depois, levou a Atari à ruína ao lançar jogos muito inferiores aos que costumavam fazer sucesso, como E.T., uma adaptação para videogame do filme de Steven Spielberg, que de longe se comparava ao filme. Sob nova direção, a Atari entrou em declínio. Alguns funcionários da empresa, não sendo reconhecidos por seu trabalho, como o game designer David Crane, decidiram sair da Atari para fundar a sua própria companhia, que eles chamaram de Activision. A Activision começou a desenvolver jogos como Pitfall, após adquirir a licença para os cartuchos VCS da Atari, passando a vender milhões de unidades e, segundo Crane, a ser invejada pelos concorrentes devido ao seu sucesso.


E.T. (1982)

Nesse momento, muitos tentaram entrar no mercado de videogame, inundando a indústria com jogos ruins, deixando o mercado saturado e causando a crise que ficou conhecida como o crash de 1983. Os jogadores não queriam mais comprar os jogos e as empresas sofreram um grande prejuízo com a produção em massa, fazendo com que o negócio de games nos EUA quase desaparecesse. Enquanto isso, na Inglaterra, dois jovens adolescentes desenvolviam seus próprios games em casa, passando mais tarde a receber uma quantia em dinheiro por esse seu novo hobbie, eram os gêmeos Oliver. Os gêmeos Oliver se associaram à editora de games Codemasters, que pagava uma boa quantia aos irmãos para publicar os seus jogos. Foi uma grande parceria. Alguns dos seus games ficaram muito conhecidos entre os fãs, como Dizzy.

O cenário do mercado de videogames começou a mudar, levando a base da indústria para o outro lado do mundo, com a introdução de personagens carismáticos que encantaram toda uma geração. Consegue imaginar de quem estamos falando? Não perca a segunda parte da história dos videogames, em breve, aqui no Press Start.


Referências: documentários A História do Videogame e A Era do Videogame – Parte 1.




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