Como os games são desenvolvidos

Confere aí!

17/02/2015 Última edição em 17/02/2015 às 00:00:00

Jogar videogame pode parecer fácil para algumas pessoas, mas o seu desenvolvimento nem sempre segue este mesmo princípio. Eles fazem parte da nossa cultura há um bom tempo, e existem muitos que fizeram dos jogos uma de suas mais vivas paixões, servindo como uma forma de relaxamento, diversão ou quem sabe até mesmo um refúgio. Alguns gamers gostam da ideia de criar os seus próprios jogos, mas muitos não imaginam como eles chegam aos nossos consoles. Veremos aqui no Press Start algumas das etapas envolvidas no desenvolvimento de um game.

Partindo do nível mais geral, nós temos um produtor ou gerente que é o responsável por vender uma ideia para os patrocinadores do jogo e definir coisas como prazos e público alvo, não interferindo muito no desenvolvimento do projeto. Abaixo dele, nós temos basicamente três áreas principais que precisam andar juntas e estar em equilíbrio para que o game não fique bugado, mal projetado e feio: a programação, o design e a arte.

A programação é a área responsável por dar vida ao jogo. É o lugar onde as mecânicas e as implementações do jogo são feitas, reunindo o trabalho das outras áreas envolvidas no projeto e tornando o jogo possível de ser realizado. Cada ação que você faz com um personagem para que ele ande, pule ou ataque, cada NPC com que o jogador interage, cada explosão ou outro efeito especial é resultado da programação.

Os programadores, como o nome sugere, programam algo, isto é, preparam o computador para executar um conjunto de ações que realizem algumas tarefas, por exemplo, fazer um boss aparecer na tela e lançar uma magia em nosso personagem, reduzindo sua barra de vida a zero, explodindo todo o cenário e exibindo a mensagem “Game Over” para o jogador. De que forma os programadores fazem isso? Eles se utilizam de algumas ferramentas, como linguagens de programação e game engines que permitem adicionar e gerenciar funcionalidades necessárias ao jogo, como iluminação, câmera, colisão de objetos, IA, animação e, em alguns casos, conexão com internet.

Design é a área onde tudo a respeito do jogo é pensado e projetado. Detalhes que definem se ele será um jogo de plataforma em 2D, se a sua história vai girar em torno da mitologia nórdica, se o seu ritmo deve ser lento ou acelerado, se haverá cinemáticas com chances de interação, se vai possuir cinquenta variedades de inimigos e obstáculos, entre outras coisas, estão ligados ao design. Em outras palavras, os designers criam a definição do jogo em si, e também são responsáveis pela forma como os cenários são estruturados e de que jeito o jogador interage com eles. Profissionais como o game designer e o level designer atuam nesta área. Uma das ferramentas de que os designers se utilizam é o editor de níveis, usado para criar mapas e fases.   

A arte fica responsável por toda a parte visual e sonora do game, desde a modelagem dos personagens e definição das cores do jogo a efeitos sonoros e inserção de músicas. Ela é o primeiro contato que o jogador tem com o jogo e possui uma influência muito grande na experiência que ele pode vir a ter. Uma das ferramentas utilizadas pelos artistas são os softwares de modelagem 3D, que servem para criar cenários e personagens.

Como foi dito antes, todas as áreas devem andar juntas. O sucesso de um jogo depende do conjunto da obra. De nada vale ter um design excelente se a programação não está no mesmo nível, o que fará com que o jogo seja mal implementado e possua bugs. Se a arte for boa, mas o design for ruim, o jogo será bonito, mas é provável que não seja divertido de jogar e que fique mal projetado. O mesmo vale para uma boa programação, mas com design e arte que não esteja no mesmo nível, o jogo pode vir a ficar feio e chato. Todas as áreas devem estar equilibradas.

Além dessas, existem outras áreas que fazem parte do processo de desenvolvimento de um game, como roteiro, dublagem, controle de qualidade, marketing etc. Cada uma delas colabora para que você se divirta e tenha uma boa experiência de jogo.

Desenvolver games não parece ser uma coisa muito simples, mas pode ser tão divertido quanto jogar, uma vez que você está criando o seu próprio game da forma que deseja. Com isso, espero ter esclarecido um pouco de como funciona esse processo. Futuramente, teremos mais artigos sobre criação de games aqui no blog, onde focaremos em uma dessas áreas, ajudando você a entender um pouco melhor esse universo tão incrível.

Há uma designer de jogos chamada Thais Weiller que faz parte da empresa brasileira de games independentes JoyMasher, que conta com alguns títulos publicados. Para fazer esta postagem, recorri a uma palestra onde ela descreve o processo de criação de um jogo. Você pode conferir o vídeo clicando aqui.  

Agradecimento especial ao Nagazaki pelas imagens e por ter deixado eu usar o seu PC para fazer este post em pleno carnaval.

Até a próxima!




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