Resident Evil Village: Um bom jogo ou só mais uma decepção?

Resident Evil Village já foi lançado, então finalmente podemos avaliá-lo. Mas afinal, o jogo foi bom mesmo ou só mais uma decepção?

08/06/2021 Última edição em 08/06/2021 às 19:11:46

Depois de muita expectativa, finalmente tivemos o lançamento de Resident Evil Village no dia 07 de maio deste ano. A grande maioria dos fãs da franquia estavam realmente animados com o novo game, mas eai? Será que Village foi um bom jogo ou só mais uma decepção?

Sendo simples e direto: Sim, Resident Evil Village não só é um ótimo jogo, como também um incrível Resident Evil, que estabelece poucas mas  interessantes conexões com o resto da saga, isso sem partir para aquele rumo de zona de guerra que o sexto game da franquia trouxe. É a expansão definitiva do que tivemos em RE7.

Se Resident Evil 7 foi um jogo extremamente contido, focando-se quase inteiramente no terror, Village já é um jogo mais pretensioso, tomando liberdade para estabelecer ainda mais conceitos dentro da lore da saga, além de flertar um pouco com a megalomania de alguns jogos recentes da série, isso sem perder o terror. É a mistura definitiva entre sobrevivência, horror ação.

Diferente do que foi feito em RE6, onde tentaram colocar alguns momentos de terror no meio da ação desenfreada das várias campanhas do jogo, Resident Evil Village implanta algumas doses maiores de ação em momentos específicos do game. As partes mais exageradas e megalomaníacas servem como uma quebra para o terror – Quando ele alcança um grande pico, o jogo nos acalma um pouco com uma batalha mais frenética e menos assustadora.

Rezerar esse jogo também é uma experiência sensacional, justamente por essa dosagem de ação e terror. Você não se sente intimidado a retornar ao game, pois existem bons momentos de respiro durante a campanha, mas eles também não mexem muito na essência da franquia, o que deixa o jogo com uma qualidade bem constante. Perto de sua conclusão, Village acaba pecando ao nos colocar em um cenário um tanto genérico e enjoativo, mas felizmente ele não nos prende tanto lá, e logo o jogo engata novamente.

A jogabilidade está completamente aprimorada em relação ao que vimos em Resident Evil 7. O game segue sendo em primeira pessoa e mantém o protagonista Ethan como uma pessoa normal, que não consegue derrotar chefes no chute ou escapar de um lugar específico dando soco em pedras. Você ainda é bem frágil aqui, o que muda é que a jogabilidade está mais funcional, e temos uma quantidade um pouco mais generosa de munição.

No jogo, nós contamos com a presença constante de Duque, um mercador na pegada do que tinhamos em Resident Evil 4. É ele quem nos fornece munição e algumas novas armas, porém não se engane pensando que Duque facilita muito o jogo. Se você não explorar bem os cenários, dificilmente conseguirá dinheiro o suficiente para comprar bons itens na loja. É extremamente importante que você vasculhe vários locais e colete itens que possam ter valor, para quem sabe conseguir vende-los e obter algo valioso com o Duque.

E quando o assunto é exploração, Village realmente dá aula. Nós temos várias salas opcionais, chefes secretos e tesouros que podem passar batidos se você não vasculhar direito os lugares onde passa. Estamos falando de um Resident Evil que apesar de ter inimigos bem diferenciados para os padrões da franquia, segue muito o estilo dos primeiros jogos da franquia, que valorizam em muito o jogador que era corajoso para explorar os cenários.

Por falar nos inimigos, eles sem dúvida alguma são um dos maiores pontos fortes do jogo. Apesar de boa parte dos fãs estarem acostumados com os clássicos zumbis, os Lobisomens funcionam muito bem como ameaça, além de que há vários monstros juntos deles. Mas o destaque real da campanha são os lordes: Dimitrescu, Heisenberg, Salvatore Moreau e Donna, que são nossos principais inimigos, e no geral, conseguem realmente intimidar durante as mais de oito horas da campanha.

Além de tudo isso, também há o modo adicional Mercenaries, que complementa o pacote de Village. Ele é basicamente uma série de desafios PvE, que nos faz enfrentar as mais diversas criaturas em diversos cenários, dando algumas boas recompensas aos que conseguirem fazer isso bem. Infelizmente o modo não é lá muito divertido, não contendo coop, além de ter pouquissimos inimigos e ser muito enjoativo. No geral, é muito mais legal rezerar a campanha principal do game em outras dificuldades, escolhendo entre começar do zero ou trazer conosco os itens que conseguimos na zerada anterior.

Resident Evil Village é um Resident Evil bem diferente, que apresenta uma vasta gama de novos inimigos e resgata o protagonista do sétimo jogo: Ethan Winters, enfim o dando uma personalidade descente, o tornado um digno protagonista da série. Sem dúvida alguma, Village é mais um passo da Capcom no caminho certo. Talvez o que mais precise ser arrumado numa sequência seja a história. O enredo deste game é realmente bom, porém ele peca em não explicar muitos elementos de sua própria lore e deixar de lado algumas coisas importantes do universo da saga, sendo um pouco isolado demais da franquia como um todo.




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