Caraca, é a D.VA! Nova cinemática e novo mapa de Overwatch giram em torno da piloto da Meka.

Aparentemente era uma quarta-feira (22) normal. Faziam 20º pela manhã, um tempo ameno sem nenhuma previsão de chuva, mas ainda assim com transportes públicos sobrecarregados. Enquanto algumas pessoas iam para suas faculdades, outras para seus cursinhos preparatórios e a grande maioria se acotovelava em trens e metrôs tentando desesperadamente chegar aos seus trabalhos e demais compromissos a tempo, a Blizzard Entertainment preparava mais uma de suas novidades para seus fãs, consumidores e seguidores. Nesta última quarta-feira, a comunidade de Overwatch seria presenteada não uma, mas duas vezes, e ambos os presentes estariam relacionados a um dos nomes mais carismáticos de seu jogo de tiro em primeira pessoa, Hana Song, ou como é comumente conhecida, D.Va.

Sou a melhor!

Com apenas 19 anos de idade, a coreana Hana Song é mais que uma estrela da Coreia do Sul. D.Va (nome artístico) é uma verdadeira heroína nacional cuja responsabilidade inclui salvar a cidade Busan eventualmente de uma ameaça ômnica (robôs autônomos e conscientes) ao lado de seus companheiros pilotos do exército coreano de exo-força móvel, MEKA.  Mas nem sempre a vida de D.Va foi agitada dessa forma. Antes de ser recrutada pelo exército para proteger sua nação, D.Va era apenas uma jogadora profissional com uma quantidade relevante de seguidores. 

Vinte anos atrás a Coreia do Sul conheceu um de seus maiores inimigos, uma força ômnica com a habilidade de modificar-se e adaptar-se de acordo com os conflitos aos quais era exposta. Dessa forma, todas as vezes em que confrontava o exército coreano, a força ômnica conseguia recuar a tempo para aprimorar-se e preparar um novo ataque, ainda mais implacável e destrutivo que o anterior. Esse tipo de ocorrência forçou o governo da Coreia a direcionar pilotos aos seus mechas (máquinas de combate com características antropomórficas), mas devido a complexidade de suas máquinas e também a intensidade das missões, as habilidades necessárias para se integrar a unidade MEKA só foram encontradas em uma classe específica, os pro gamers.

Dentre os escolhidos para a árdua tarefa, Hana Song era a melhor, e empunhando o nome D.Va, a jovem obstinada provava a cada nova missão ser a mais capaz para o cargo de guardiã do destino de Busan. 

Posteriormente, D.Va começou a transmitir por streams suas missões na MEKA aos seus fãs. Pouco depois tanto Hana quanto sua equipe se tornaram uma febre mundial com uma legião de seguidores e admiradores por todo o mundo.

Eu acho que você não está me levando a sério

Em 2 anos de Overwatch nunca se soube muito a respeito de D.Va. Sendo ela a primeira personagem com quem aprendi a jogar, sempre quis saber mais do que o perfil da heroína no site da Blizzard contava ao seu respeito. Sabíamos que ela é famosa no mundo inteiro, é possível ver um pôster de um filme seu no mapa de Hollywood e propagandas suas para marcas de refrigerantes. Lúcio, o personagem brasileiro de Overwatch também demonstrava ser fã do trabalho de Hana Song assim como o veterano alemão Reinhardt, o que nos deixava cientes de que o trabalho da equipe MEKA era realmente algo respeitável, visto obter a aprovação de pessoas de culturas e idades opostas. O pistoleiro Mcree também já demonstrara admiração pelos reflexos de D.Va, e levando-se em consideração quem é Mcree podemos concluir que a garota realmente é boa de mira. Outros personagens como Widowmaker e o Soldado 76 demonstravam incômodo com sua idade, o que poderíamos supor ser uma leve descrença na capacidade de uma garota de 19 anos em fazer coisas tão grandiosas quanto proteger um país. Mas todas essas informações não passavam de dicas, conteúdos in game tão sutis que não conseguíamos construir uma ideia sólida sobre de fato quem era D.Va, algo que acabava tornando a personagem um pouco superficial aos olhos de alguns.

As falas de D.Va durante as partidas de Overwatch sempre estão atreladas ao vocabulário gamer; coisas como "GG", "D.Va 1, vilões 0" e a famosa "Pede pra nerfar, noob" não eram suficiente para nos dar uma ideia da dimensão da maturidade e do senso de responsabilidade que D.Va carrega dentro de si. Víamos a pequena apenas como uma "perdida no meio da luta Overwatch x Talon", quando na verdade o próprio jogo se trata muito mais do que uma luta entre corporações. Se havia algo que expressava até ontem um pouco da maturidade de Hana Song era sua reação ao jogarmos com ela nas Indústrias Volskaya, onde a jovem coreana expressava sua lamentação ao que ocorreu na cidade em relação ao que ocorreu em seu país. 

"Shooting Star", a cinemática de D.Va, mudaria completamente a visão que muitos de nós tínhamos sobre a piloto de mecha.

Estrela Cadente

A cinemática "Shooting Star" narra a relação de D.Va com seus colegas de equipe (os distantes e os próximos), sua importância para a Coreia do Sul, a maneira como a mídia a retrata (que é exatamente a forma como nós a víamos) e suas habilidades como piloto de mecha (aqui sejamos maduros, obviamente não vão ser tão limitadas quanto a mecânica da personagem in game). A primeira coisa a se notar é o contraste entre o que é dito durante o programa de televisão que carrega o mesmo nome da cinemática e o que Hana realmente está fazendo. Temos um contraste entre Hana e D.Va que é o que se passa com muitas personalidades públicas na vida real, como atores, cantores e influenciadores. 

Enquanto D.Va é retratada como uma personalidade sorridente, divertida, rodeada por celebridades e frequentadora de restaurantes elegantes, Hana se demonstra ser uma pessoa profissional, responsável, de poucos amigos, mais preocupada com suas obrigações e seu ofício do que com o glamour que a mídia lhe oferece. Hana não está em restaurantes chiques rodeada por outras celebridades, está na base de operações da MEKA, efetuando reparos em seu mecha enquanto bebe refrigerante e come salgadinhos, que ironicamente carregam seu personagem estampado por todos os lados. Hana não está preocupada em dar entrevistas ou aparecer na imprensa, Hana está preocupada em enfrentar a ameaça ômnica que aflige Busan e mostra não medir esforços para que essa ameaça seja contida.

Ainda que a esteja fraturada e debilitada, ainda que a mídia exalte suas habilidades e pinte uma perfeição que D.Va não possui, Hana não se incomoda e segue com o que para ela é importante, o dever.

Certamente "Shooting Star" mudou o conceito que muitos possuíam sobre Hana Song e nos deixa mais preparados para o que outros personagens podem apresentar futuramente, mesmo hoje aparentando a mesma superficialidade que D.Va aparentava possuir. É interessante vermos o desenvolvimento dos personagens da Blizzard ao longo do tempo e mais intrigante ainda vermos que durante 2 anos enxergávamos D.Va da mesma forma que a mídia de Busan provavelmente faz alguns dos habitantes da cidade a enxergar; ou como a piloto incrível que luta contra os ômnicos, ou a garota gamer. Até o dia 22 de agosto de 2018 ninguém conhecia Hana Song, a coreana que luta pelo bem dos seus semelhantes e ignora superficialidades, conhecíamos D.Va. Podemos dizer que "Shooting Star" não é uma cinemática sobre D.Va, embora ela esteja lá, esta cinemática é sobre Hana Song.

Busan, o novo mapa

Com a Gamescon pipocando é de costume que muito conteúdo seja expelido pela Blizzard sobre seus jogos, e com eles o novo mapa Busan foi anunciado. Me lembro que não foi há muito tempo que um fã de Overwatch desenvolveu um protótipo do mapa de Busan e disponibilizou sua ideia na internet. Ao ver o mapa criado pela Blizzard não pude deixar de notar o quanto lembra o conceito inicial do fã, embora, claro, o oficial seja muito mais rico em detalhes e muito bem trabalhado.

Busan é um mapa do tipo controle, onde as duas equipes disputam para ver quem fica mais tempo dentro de uma pequena região com três possibilidades de cenário, um modelo tradicional de mapas do tipo, como Nepal e Ilios. O novo conteúdo transmite muito bem a Coreia do Sul urbana e a Coreia do Sul tradicional, permitindo que os jogadores se aventurem pelas ruas e edifícios do centro da cidade, em uma fila próxima com um belíssimo conceito da religião local e até mesmo, pasmem, a base de operações da MEKA, com direito a ver pessoalmente os mechas dos outros integrantes do esquadrão de combate da D.Va e até mesmo dar uma espiada no quarto da garota.

O mapa está belíssimo, como é de se esperar, com destaque para o conceito dinâmico do ponto da operação MEKA, com plataformas móveis que alternam de tempos em tempos e podem gerar diversas estratégias para os jogadores. 

Entretanto, o que "Shooting Star" somado com o anúncio de Busan conseguiram fazer realmente em pessoas loucas por novidades é o desejo de conhecer ainda mais, não somente a nossa querida D.Va, mas os demais integrantes de seu grupo, e quem sabe (quem saaaaabe?) futuramente não jogar com um novo piloto de MEKA?

Só o que nos resta é esperar.