Avatar retoma posto de maior bilheteria da história e a guerra contra Ultimato ganha novos capítulos
Espera... mas existe guerra?
Em 2009, chegava aos cinemas Avatar, longa escrito e dirigido por James Cameron, conhecido também por Exterminador do Futuro 2 e Titanic. Por uma década, o filme ficou em primeiro lugar como maior bilheteria da história, sendo destronado, em 2019, por Vingadores: Ultimato. No entanto, em março deste ano, Avatar foi relançado em cinemas chineses, retomando a posição de filme número 1 em arrecadação. Indo direto ao ponto: após a compra da 20th Century Fox pela Disney, ambos os filmes são propriedade da empresa do rato, então não existe guerra.
Porém, vivemos na era da desinformação e, principalmente, dos haters e das fanbases que anseiam por disputas. Com isso, mesmo que não faça sentido jogar Avatar e Ultimato em um octógono, eles terão que lutar. Então, vamos a alguns fatos: O mundo está carente por cinema, então era óbvio que o filme de James Cameron iria conquistar os US$ 7,4 milhões necessários para ultrapassar novamente o longa dos heróis mais poderosos da terra. Vingadores: Ultimato conta com uma bilheteria de US$ 2,79 bilhões e até o momento da publicação desta matéria, Avatar está com US$ 2,81 bilhões.
A inflação é usada como principal (por vezes até como único) argumento para defender Avatar e desmerecer Ultimato desde o momento em que este tomou o primeiro lugar. Mas a verdade é que ambos os filmes perderiam em bilheteria para “... E o Vento Levou” de 1939, pois de acordo com informações compartilhadas por veículos e sites como Variety e IMDb, o longa foi relançado dezenas de vezes ao longo das décadas. Fora que, na sua época, só era possível reassistir a um filme comprando novamente o ingresso e indo presencialmente ao cinema. Hoje, por conta dos aluguéis e compras on-line, é possível pagar apenas uma vez e assistir diversas vezes ao mesmo filme, além de também ter as produções armazenadas em um catálogo com os famosos streamings. Inclusive grandes empresas, como a própria Disney, já estão fazendo altas apostas nesse mercado (leia mais clicando aqui!), o que era inimaginável várias décadas atrás.
Só que mesmo com a inflação e os fãs que assistiram mais de uma vez no cinema, há quem defenda que o justo é dizer que Ultimato é a maior bilheteria, pois não teve relançamento. Após um tempo, o filme ganhou uma nova versão, ainda em 2019, com algumas cenas extras, mas não conta como um novo lançamento, pois o longa original ainda estava em cartaz (em outras palavras, foi só um brinde). Mas o curioso é que, para elevar Avatar ou Ultimato, “... E o Vento Levou” não existe. Na equação, não é só um ou dois fatores que devem ser levados em conta. Média de espectadores e até mesmo número de opções cinematográficas também alteram os resultados. Enfim, a discussão não se resume apenas a valor de moeda.
Então Vingadores: Ultimato vai ser relançado? Provavelmente sim, mas não com o objetivo de novamente ultrapassar Avatar. Para a Disney, é financeiramente interessante esse pingue-pongue entre os dois longas, mas a rivalidade é inexistente. Não existe guerra entre os filmes, mas sim entre fãs de franquias (e talvez também para James Cameron, pois o diretor já demonstrou todo o seu desprezo por produções super-heróicas). É muito clichê dizer isso, mas a Disney chegou a um ponto de monopólio no qual já está concorrendo consigo mesma.
Mas então, de fato, “... E o Vento Levou” é o maior filme? Ou Avatar? Ou seria Vingadores: Ultimato? A verdade é que não importa. Todos são de suma importância para a história do cinema em suas próprias questões, sejam narrativas, visuais ou tecnológicas. O mais interessante disso tudo é que, mais uma vez, foi provado que o cinema não vai morrer.