Antigamente... Eu era mais feliz...
Confere aí!
Não sei como foi a sua infância, talvez ela nem tenha acabado ainda. Mas a minha foi baseada numa regra simples: acordar cedo, ir para escola, almoçar vendo Chaves e assistir aos Cavaleiros do Zodíaco à tarde.
A vida não era como hoje, que podíamos simplesmente acessar pelo computador toda a infinidade de animes que havia, tampouco podíamos ler os mangás que nunca eram lançados no Brasil. Antigamente, e sim, eu sou velha, as coisas eram mais difíceis e, sinceramente, muito mais divertidas.
A saudosa Rede Manchete foi um oásis para aqueles que queriam apenas algo “diferente” dos desenhos americanos que passavam na Rede Globo de manhã ou mesmo de tarde no SBT. Cavaleiros do Zodíaco foi ao ar pela primeira vez em 01/09/1994 e foi exibido até 12/09/1997, e foram os anos mais empolgantes da minha vida. Não tardou e começaram a aparecer “desenhos japoneses” em todos os lugares, como Sakura Card Captor, Sailor Moon, Samurai X, El Hazard: The Wanderers ou mesmo Dragonball.
A febre japonesa, ainda que sutilmente, invadia os lares brasileiros.
Eu, particularmente, não tinha muitos amigos que gostavam de animes, nem chamávamos os desenhos de animes, eram apenas desenhos japoneses. Mas quando a Globo passou a exibir tais desenhos, bem, aí a coisa deslanchou.
Eu conheci Inuyasha através da Rede Globo, mas o excesso de “violência”, segundo a emissora, fez o desenho ser censurado demais e, no final, cortado da grade da emissora. Mas o pouco exibido foi suficiente para eu não deixar de acompanhar as aventura de Kagome e os demais.
Agora, talvez o anime que mais permaneceu sendo exibido foi Pokémon. Era uma febre que virou um vício e que hoje poucos não conhecem. Eu até gravava os episódios em VHS para poder assistir de novo. Além de ir à locadora alugar os filmes que saiam. Ah, tempos em que quem entendia de Pokémon era rei. Sem contar Yu-Gi-Oh, que popularizou o jogo de cartas, todo mundo queria ter um “deck”.
Saudades do tempo em que você assistia àqueles desenhos com a ansiedade do próximo capítulo, tendo de esperar até o dia seguinte para poder desfrutar de mais uma missão ou mais uma emoção por parte dos personagens. Mas hoje a coisa flui tão rápido que as pessoas chegam a fazer “maratonas” de animes. O que isso tem de errado? Nada. Mas perdeu-se um pouco da ansiedade, da dúvida e até mesmo da profundidade do anime.
Sinto falta de poder sentar na frente da televisão, assistir a um capítulo de meu anime preferido e ter a sensação de que a espera pelo próximo capítulo preenche o vazio com a imaginação de uma criança que tenta vislumbrar como seu personagem favorito vai escapar de mais uma enrascada. Perdeu-se a imaginação e o desfrutar do momento, sempre buscando a resolução rápida de algo que foi feito para instigar a mente, perdeu-se um pouco da inocência dos animes.
Fica a reflexão. Então, vale a pena assistir desesperadamente àquele anime, sem absorver suas reflexões, apenas para dizer "assisti!"? Eu acho que não.

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