Adaptações!
Confere aí!
No cinema e na literatura, temos uma quantidade enorme de obras que receberam adaptações para videogame. Não apenas filmes e livros, mas também séries animadas e bandas de rock têm sido levadas para o mundo dos jogos, mesclando formas de mídia diferentes em um único lugar e proporcionando ao jogador uma experiência realmente interessante.
Talvez o maior desafio das adaptações seja seguir a ideia que lhe deu origem. Nem sempre é comum vermos uma obra que foi adaptada ser fiel à original na história e em outros elementos do início ao fim. É um personagem que antes era loiro e que depois virou moreno, é uma mulher misteriosa que surgiu de repente nos filmes de jogos de zumbi, é uma certa tendência em fazer um desvio do que foi contado para introduzir algo totalmente novo,para ver se é aceito pelo público. Mas, embora esse desvio ocorra, as desenvolvedoras de jogos parecem estar fazendo um bom trabalho, basta lembrarmos de casos como o do jogo The Lord of the Rings: The Return of the King, publicado pela Eletronic Arts para o Playsation 2, que trazia, além da história, as vozes dos atores que trabalharam no filme, sendo este, inclusive, baseado nos livros de J.R.R Tolkien. Ainda no PS2, temos Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 3 e Naruto Shippuden: Narutimate Accel 2 que representam muito bem os animes nos quais foram baseados.
Mas o contrário também acontece, isto é, jogos que dão origem a filmes, livros e séries de TV. Lara Croft: Tomb Raider também recebeu versões em quadrinhos e filmes, este último estrelado pela atriz Angelina Jolie. E não para por aí. Podemos citar Prince of Persia, Assassin's Creed, World of Warcraft, Batman, Homem Aranha e muitos outros. Livros que falam sobre o universo dos jogos estão se tornando cada vez mais comum, o que é ótimo, afinal de contas, as pessoas podem adquirir o hábito de ler cada vez mais, influenciadas por aquilo que lhes causa diversão.
No passado, quando uma desenvolvedora desejava fazer um game com elementos de algum filme, precisava pagar pelos direitos autorais dele, e costumavam ser caros. Agora, com o crescimento da indústria de jogos e sua grande importância no cenário mundial, Hollywood tem colaborado com as desenvolvedoras de games para que suas produções cheguem aos consoles e PCs dos jogadores. Uma franquia que merece destaque pela autenticidade é a da Lego, contando com jogos de Star Wars, Piratas do Caribe e O Hobbit, mostrando os personagens no formato dos brinquedos da Lego, com direito à montagem de peças encontradas nas fases.
Desde que as narrativas passaram a estar presente nos jogos, após o fim da década de 1970, é possível notar a influência das adaptações, e, na atualidade, elas parecem estar em grande foco, assim como os remakes de jogos clássicos. The Walking Dead possui uma versão para PC, PS3, Xbox 360 e Wii U, porém não retrata os eventos que vemos na série, ao invés disso, mostra as peripécias dos irmãos Daryl e Merle Dixon antes de encontrarem Rick, Shane e os outros. The Walking Dead: Survival Stinct não teve uma análise muito positiva feita pela revista Nintendo World, na qual os gráficos ganharam uma nota baixa para um videogame de última geração. Final Fantasy VII, um dos jogos mais elogiados da série Final Fantasy, recebeu uma animação em 3D de altíssimo nível, trazendo a luta épica entre Cloud e Sephiroth, além de personagens conhecidos, como Vincent, Tifa Lockhart, Barret e Yuffie. Já Kingdom Hearts fez com que os jogadores mergulhassem em vários universos diferentes, desde Alice no País das Maravilhas ao Estranho Mundo de Jack Skellington, mostrando personagens da Disney e Square Enix.
Tratando-se de adaptações, é tudo muito interessante, mas deve-se ter um cuidado tremendo ao levar uma obra de sucesso para uma outra forma de mídia, seja de jogos para livros, de filmes para jogos ou livros para filmes, pois nem sempre o que fez sucesso em um formato é garantia de sucesso em outro. Um exemplo clássico é a adaptação do filme E.T. para videogame, feito pela Atari na época dos cartuchos VCS. O jogo se tornou tão ruim do ponto de vista dos jogadores da época, que muitas unidades foram descartadas em um terreno e cobertas com cimento por falta de vendas, sob a alegação de que estavam com defeito, quando na verdade os jogadores detestaram o game e a Atari não tinha o que fazer com eles. Às vezes, parece fácil se pensarmos que as desenvolvedoras pegam algo pronto e apenas fazem algumas edições, mas isso não é verdade, em alguns casos, elas podem ter um trabalho muito grande e, até mesmo, maior do que o dos autores que fizeram a versão original.
A tendência é que o número de adaptações continue crescendo no futuro e que diferentes formas de entretenimento estejam cada vez mais reunidas em um só lugar, enriquecendo cada vez mais a experiência de jogo, literária ou cinematográfica.