A PRIMEIRA EQUIPE DA MARVEL! - REVIEW QUARTETO FANTÁSTICO #1: PRISIONEIROS DO DOUTOR DESTINO! (COLEÇÃO CLÁSSICA MARVEL VOL.2)

Nem X-Men e muito menos Os Vingadores! Saiba como foram as primeiras aventuras da primeira equipe da Marvel!

27/05/2021 Última edição em 27/05/2021 às 11:02:18

Hoje em dia, Os Vingadores são, sem dúvidas, os maiores heróis da Marvel e, consequentemente, o maior supergrupo da empresa. Mas você sabia que o Quarteto Fantástico foi a primeira equipe super-heróistica da Casa das Ideias?

Antes de mais nada... (de novo)

Esta é a segunda parte de uma série de matérias na qual vamos passar pelos primórdios dos principais heróis e grupos da Marvel Comics: Homem-Aranha (para ler, clique aqui), Quarteto Fantástico, X-Men, Vingadores, Hulk, Demolidor, Capitão América, Homem de Ferro e Thor. Vamos apresentar curiosidades sobre os primeiros passos dos heróis, bem como acompanhar suas histórias de forma cronológica tomando como base a Coleção Clássica Marvel, da editora Panini Comics. (E NO FINAL, SEPARAMOS ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE AS EDIÇÕES EM QUESTÃO!)

FANTASTIC FOUR #1

Capa de FANTASTIC FOUR #1, novembro de 1961. Imagem: Divulgação.

É importante mencionar que o Quarteto Fantástico foi uma revolução em sua época. Já é perceptível pela capa da primeira edição que os heróis não usam uniformes (posteriormente por pressão dos fãs, Stan Lee e Jack Kirby tiveram que fazer, mas de todo modo foi algo incomum por certo período de tempo).  Outra quebra de padrão é com relação a identidades secretas, pois os quatro heróis não escondem seus rostos e mesmo com codinomes, todos sabem que Reed Richards é o Senhor Fantástico, Susan Storm a Garota invisível (depois muda para Mulher Invisível), Johnny Storm o Tocha Humana e Benjamin Grimm o Coisa. A história de origem é a que todo mundo conhece: Quatro pessoas são enviadas ao espaço, porém sua nave é atingida por raios cósmicos que acabam concedendo poderes aos membros da tripulação. Engraçado é que Susan embarca na missão apenas pelo fato de ser noiva de Reed, que é um cientista. Já Johnny usa como desculpa não querer abandonar a irmã (coisas das histórias em quadrinhos que nós tanto amamos mas que também achamos absurdamente bizarras).

A primeira edição de Quarteto Fantástico tem uma narrativa quase cinematográfica, com seus flashbacks, passagens em diversas locações e divisão em três atos. O primeiro vilão do grupo é o Toupeira, que tem uma história bem triste. Por conta de sua aparência, ele era rejeitado pela sociedade, o que o faz buscar refúgio na misteriosa Ilha Monstro. Ao chegar lá, o homem acaba despencando dentro de uma caverna, e o impacto faz com que ele praticamente perca a visão. Agora ele reside no centro da Terra, reinando sobre as criaturas subterrâneas. Ele pretende dominar também a superfície, mas o Quarteto o impede. No final ele some, mas nós sabemos que um dia veremos seu retorno.

FANTASTIC FOUR #2

Capa de FANTASTIC FOUR #2, janeiro de 1962. Imagem: Divulgação.

A segunda edição conta com a estreia dos Skrulls, aqueles aliens verdes transmorfos que ficaram mais famosos após o filme da Capitã Marvel (há quem acredite que o Capitão Steve Rogers pode voltar como um deles – sabia mais aqui). Mas originalmente eles não são nada parecidos com suas contrapartes do cinema, pois são uma raça hostil que pretende dominar o mundo. Quatro Skrulls são enviados a Terra e cada um assume a forma de um membro do Quarteto Fantástico. O plano consiste em cometer uma série de crimes para que o grupo seja perseguido e preso. E é o que acontece. A polícia intercepta o Quarteto verdadeiro e eles se entregam pacificamente. Porém imediatamente após serem presos, escapam da prisão (até agora não entendi e nem vou vou... Bora só seguir em frente mesmo). Os heróis conseguem se infiltrar em meio aos Skrulls e os derrotar. Reed e o Coisa os forçam a revelar seus planos e a localização da nave-mãe. A invasão alien é impedida de uma forma totalmente inesperada (e de certo modo engraçada): O Quarteto verdadeiro embarca na nave inimiga se passando pelos aliens que infiltraram a Terra. Reed então apresenta ao líder Skrull algumas fotos de criaturas titânicas, alegando serem os defensores do planeta. Porém tais imagens são na verdade recortes das revistas Strange Tales e Journey into Mystery, que são publicações da própria Marvel Comics. Os aliens percebem que não vão conseguir enfrentar os monstros e decidem cancelar a invasão. Uma vitória que basicamente quebrou a quarta parede. Deadpool hoje em dia teria inveja!

Os heróis conseguem retornar para a Terra, pois enganam o líder Skrull dizendo que são soldados fiéis e vão dedicar o resto de suas vidas para apagar todos os rastros da visita da raça (convenhamos... isso foi genial!). Ao voltarem para o planeta, os quatro passam novamente pelos raios cósmicos, fazendo com que Ben Grimm volte momentaneamente à sua forma humana. Agora o grupo precisa provar sua inocência. Eles mostram às autoridades os Skrulls e sua habilidade de se transformarem, fazendo com que sejam inocentados. Um dos aliens consegue fugir, mas três ainda restam. A conclusão da história é completamente bizarra: Reed hipnotiza os Skrulls (apagando suas mentes) e os ordena que se tranformem em vacas. Assim, os três soldados aliens vão passar o resto de suas vidas sendo animais terrestres... mas será mesmo?

FANTASTIC FOUR #3

Capa de FANTASTIC FOUR #3, março de 1962. Imagem: Divulgação.

Aqui temos a primeira aparição dos uniformes e do Fantasticarro, o veículo voador do grupo. Destaque para o desenho do esquema que explica em detalhes cada parte da base do Quarteto Fantástico (que ainda não havia sido batizada de Edifício Baxter). A história da edição é bem bizarra (normal então), mas é até interessante. O vilão da vez é o Milagroso, que é espantosamente parecido com o Doutor Estranho. Mas ao contrário do mago supremo, ele é só um charlatão que tem habilidades hipnóticas. As melhores partes da edição são as que abordam o sofrimento do Coisa e sua vontade de voltar à sua forma humana. O vilão Milagroso é derrotado após tentar fugir e o Tocha temporariamente o cegar. Porém ao fim, Johnny decide abandonar o grupo por conta das constantes brigas que ele tem com o Coisa.

FANTASTIC FOUR #4

Capa de FANTASTIC FOUR #4, maio de 1962. Imagem: Divulgação.

A história começa da onde a edição anterior parou, com discussões sobre o paradeiro de Johnny. Após idas e vindas (e novamente o Coisa momentaneamente voltar à forma humana), o Tocha decide se esconder em um hotel de um bairro periférico de Nova York. Lá ele encontra um gibi dos anos 1940 que é protagonizado por um herói da era de ouro da Marvel: Namor, o Príncipe Submarino. Ao perceber que Johnny lia a HQ, um dos residentes do local puxa conversa e diz que um senhor naquele lugar é tão forte quanto Namor era (naquele momento da cronologia Marvel, Namor tinha sido dado como desaparecido). Alguns outros homens se juntam para dar uma surra neste senhor, mas é o suposto idoso quem dá uma surra em todo mundo. Johnny para a confusão e aproveita para usar suas chamas para cortar a barba e o bigode do senhor. Para o espanto de todos, o senhor é na verdade o próprio Namor, porém sem memórias.

O Tocha decide então jogá-lo no mar, porque talvez isso poderia fazer suas memórias voltarem. Ele faz isso e dá certo. Ao retornar para seu reino, Namor o encontra completamente destruído e deduz ser por obra dos testes atômicos, jurando vingança contra toda a humanidade. Ele libera um monstro aquático chamado Giganto, que pretende destruir tudo que ver pela frente. Apenas o Coisa consegue derrotar o monstro, após entrar em sua barriga com uma bomba (uma explícita referência ao personagem bíblico Jonas). Namor faz então uma proposta: se Sue Storm, a Garota invisível, se casar com ele, a humanidade ficará livre de sua ira. Ela obviamente recusa (essa história ainda vai gerar muuuitos capítulos). O Tocha Humana faz então um ciclone que consegue lançar Namor para longe no mar, encerrando assim seu ataque. O Príncipe Submarino promete retornar para concluir sua vingança e assim termina a quarta edição.

FANTASTIC FOUR #5

Capa de FANTASTIC FOUR #5, julho de 1962. Imagem: Divulgação.

Doutor Destino, o maior vilão do Quarteto Fantástico, faz sua estreia na quinta edição da revista. Sua origem que flerta com magia sempre esteve presente, mesmo que os filmes tenham tentado não abordar isso. A história começa com Johnny novamente lendo um gibi (com certeza ele é um nerd descolado). Dessa vez a HQ é do Hulk. Ele até menciona que o Golias Esmeralda se assemelha muito ao Coisa (Stan Lee e suas piadinhas que quebram a quarta parede). O Doutor Destino ameaça o Quarteto, exigindo Sue como refém. Após isso, o vilão ordena que Reed, Johnny e Ben roubem para ele o baú do tesouro do Barba Negra, que está em algum lugar do passado. Lendas dizem que as joias do baú contém um grande poder. Os heróis são mandados para lá através de uma máquina do tempo. Para se misturarem com as pessoas, se fantasiam de piratas, sendo que o Coisa acaba usando uma grande barba postiça. Acho que com essa informação já deu para deduzir o plot twist né? Na verdade o próprio Coisa é o Barba Negra, sendo que o baú é o que está no navio que eles acabam embarcando.

O Coisa decide ficar no passado, alegando que lá ele não é rejeitado. Após discussões e uma grande tempestade, o gigante de pedra recobra o sentido e percebe que isso seria um erro. Antes de voltarem para o presente, decidem jogar as joias no fundo do mar para que Destino não consiga o suposto poder. Tem início uma batalha entre os heróis e o vilão, sendo que este foge no final da história. E esse foi o início de um dos maiores vilões da Marvel. É o melhor? Quem sabe no futuro possamos discutir isso.


CURIOSIDADES FANTÁSTICAS

1 – Antes de ajudar Stan Lee na criação do Quarteto Fantástico, Jack Kirby fez o grupo “Desafiadores do Desconhecido” para a DC Comics, sendo também quatro pessoas que vivem aventuras;

2 – Outra curiosidade envolvendo a rival DC Comics vem pelo fato de o Quarteto ter sido criado como resposta à Liga da Justiça. O editor da Marvel na época, Martin Goodman, ficou sabendo dos ótimos números de venda da revista do grupo e pediu para Stan Lee pensar em algo.

3 – O Quarteto Fantástico é uma família, por isso mesmo Reed Richards é considerado “o pai”, Susan Storm “a mãe”, Johnny Storm “o cunhado” e Ben Grimm “o tio”;

4 – Certa vez, Stan Lee revelou as idades de cada membro da equipe. Reed e Ben teriam em torno de 40 anos, Sue 20 e Johnny apenas 17;

5 – Quando o Tocha Humana ficava em chamas nas primeiras edições, não era possível ver seu rosto. Isso porque o design continha chamas muito intensas. Posteriormente foi mudado a ponto de suas feições serem reconhecíveis (isso vale para todo o corpo e uniforme);

6 – Inicialmente, a revista do Quarteto era bimestral, mudando para mensal a partir da edição de número seis;

7 – Quem fez os primeiros uniformes foi a própria Sue. Ela inclusive chega a fazer um capacete para o Coisa, mas ele se sente desconfortável com o adereço e decide não usar;

8 - O Coisa usou botas por um período de tempo como parte de seu uniforme. Posteriormente o personagem passou a ficar descalço;

9 – Nas duas primeiras edições da revista, o Quarteto Fantástico residia na cidade fictícia de Central City (sim! mesmo nome da cidade de Barry Allen, o Flash!). Da edição três em diante, passaram a morar em Nova York.


A seguir... não perca o review e as curiosidades de “X-MEN: A IRMANDADE DE MUTANTES!”



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