A cultuada série de animação que aborda uma narrativa fora dos padrões

No meio de dezenas de produções de heróis, o gênero está carregado das mesmas histórias, onde o personagem cumpre os seus objetivos, salva o dia e de quebra, não suja nem o uniforme. Fora que muitos deles lidam com o politicamente correto e seguem a cartilha do início ao fim. Séries como The Boys surgiram meio que para barrar esses conceitos pré-estabelecidos e mostrar o lado obscuro e enevoado dos “supers”.

A adaptação da Hq de Robert Kirkman (The Walking Dead), Invencible, surgiu com essa premissa de cultuar uma narrativa mais adulta nesse universo dos heróis que se aproveita de um universo já conhecido de outras produções. Somos apresentados ao personagem principal, o Mark Grayson, um adolescente normal que leva a sua vida tranquila de estudante e tem na figura paterna –o seu pai, que é o maior herói da Terra, o Omni Man (Nolan Grayson), o maior exemplo dele. Tudo começa a mudar em sua vida quando ele descobre os seus poderes e a sua vida se transforma radicalmente. Ele passa a ser um herói e vive situações que já conhecemos, onde deve buscar um equilíbrio entre a sua vida com o uniforme e no dia a dia na escola, entre os amigos e até mesmo um relacionamento.

Enquanto isso, o seu pai demonstra não ser aquele super herói padrão que estamos acostumados e no final do primeiro episódio, vemos Omni Man dizimar toda a equipe dos Guardiões do Globo, a equipe mais poderosa da Terra e que era responsável por sua segurança. A narrativa se aprofunda nos dramas dos personagens e conhecemos a origem do Omni Man, que na verdade é um alienígena super- poderoso que faz parte de uma raça de seres que são mandados para vários planetas, cujo objetivo é expandir seus territórios.

O ponto de virada da trama, acontece quando Debbie, a esposa de Nolan Grayson (Omni Man), começa a desconfiar das atitudes do marido e descobre coisas terríveis sobre ele. A esposa que sempre foi leal ao marido e ao casamento, se vê em uma situação complicada quando a ficha cai e o seu esposo é um ser nefasto que ameaça a segurança de todos, sobretudo o seu filho, que fatalmente terá que enfrentá-lo.

As cenas de ação com certeza superam os diálogos e a fluidez dos personagens que em alguns episódios deixou a desejar. São nos combates entre os super e duelando com os vilões que vemos o quanto Invencible se apega nessa alegoria de pancadaria acima de tudo e um banho de sangue. No primeiro momento, somos pegos de surpresa e é aí que a ficha cai. Quando vemos aqueles seres imaculados se desfazendo como se fossem de papel, e a frieza do Omni Man em realizar tal ato, nos revela como será a série daqui para a frente e o que esperar dela.

A julgar pela maneira como a primeira temporada terminou, muitas pontas soltas vão ser revisitadas e existe um ar misterioso sobre a raça do Omni Man e como Mark vai encarar esse fardo que lhe caiu sobre os ombros de ser o herói da Terra. A Amazon Prime anunciou a renovação da série para mais duas temporadas e agora resta segurar a ansiedade até lá. Para aliviar um pouco isso, é possível ler as hqs do Robert Kirkman e imaginar se a série vai seguir esse mesmo caminho ou partir para outros universos. A primeira temporada de Invencible está disponível no serviço de streaming da Amazon Prime Video.